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domingo, 13 de janeiro de 2013

Relato recebido em 13/01/13


As amarguras me corroem o coração e o espírito. Estive entretendo-me com futilidades por mais de meio século de vida. Magoei por vezes aqueles que mais amei, e hoje deixo a vocês apenas este humilde relato, de quem precisou estar fora do fabuloso contexto da vida física para perceber o quanto deixei para trás. Voei durante quase oito anos procurando um ponto luz a me guiar. Digo voei pois não sentia terra sob meus pés, era como flutuar andando, perdido em um mundo cheio de amarguras e sofrimento. Vi outros que sofriam mais que eu, presos as amarras da carne, sentindo fortes dores em um corpo que não detinham mais. Nosso maior erro é este, achar que nosso corpo nos pertence, que somos donos do nosso destino. Oh desilusão, não conseguia sequer achar um rumo que desse tranquilidade, ninguém nem para conversar e desabafar. Quantas vezes precisei correr daquelas criaturas infames que pareciam famintos de sofrimento. Chego hoje até vós com a esperança de ser guiado pelo menos a um caminho menos escuro, não quero mais futilidades, menos ainda conforto, só preciso conversar um pouco, descansar de tanto tempo vagando sem destino. Obrigado meu Deus pela oportunidade, mesmo que seja momentânea de poder partilhar meu sofrimento com alguém, obrigado meu Deus por poder sentir uma ponta de esperança, por menor que seja. Espero poder retribuir e ajudar tantas outras pessoas que vi sofrendo neste percurso sem luz. Obrigado meus amigos por doarem um pouco do seu tempo a me escutarem.


S.C. (Identidade preservada)

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